Gatilhos emocionais: entenda o que são e como tratá-los com a psicanálise
Você já sentiu uma reação emocional intensa diante de uma situação aparentemente pequena? Pode ser uma crítica, um silêncio, um olhar — e, de repente, uma onda de tristeza, raiva ou medo toma conta de você. Isso pode ser um gatilho emocional.
Na psicanálise, entendemos que esses gatilhos emocionais são pistas importantes do que está guardado no nosso inconsciente. São respostas automáticas, emocionais e, muitas vezes, desproporcionais, ligadas a vivências passadas que ainda nos afetam, mesmo que não tenhamos consciência disso.
🧠 O que são gatilhos emocionais?
Os gatilhos emocionais são estímulos que despertam sentimentos intensos e, por vezes, difíceis de entender. Eles podem ser internos (um pensamento, uma memória) ou externos (uma situação ou pessoa), e geralmente ativam emoções como medo, raiva, tristeza ou vergonha.
O que torna um gatilho tão impactante não é o que acontece no presente, mas o que ele ativa dentro de nós — memórias emocionais de situações vividas anteriormente, especialmente na infância ou em relações marcantes.
🔎 Como a psicanálise entende os gatilhos emocionais?
Segundo a psicanálise, os gatilhos estão diretamente ligados ao nosso mundo inconsciente. Freud já falava sobre o recalque — o processo de "empurrar" certas memórias ou sentimentos para fora da consciência por serem dolorosos. Mas, mesmo recalcadas, essas vivências continuam ativas e podem surgir por meio de sintomas, sonhos e reações emocionais intensas.
Por isso, quando algo aparentemente simples nos desorganiza emocionalmente, é possível que estejamos reagindo não apenas ao agora, mas a uma dor antiga ainda não elaborada.
🧷 Exemplos comuns de gatilhos emocionais
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Críticas: reações exageradas podem indicar feridas abertas com figuras autoritárias do passado.
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Silêncio ou distanciamento: pode acionar o medo de abandono vivido na infância.
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Comparações: podem reativar sentimentos de inadequação que se formaram em ambientes familiares exigentes.
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Controle e cobrança: despertam ansiedade em quem cresceu em contextos rígidos ou instáveis.
🛋️ Como a terapia pode ajudar?
A psicoterapia é o espaço ideal para compreender o que os gatilhos emocionais estão sinalizando. Ao longo do processo, o paciente passa a reconhecer padrões, a identificar suas reações, e principalmente, a dar novo sentido às suas experiências.
A psicanálise, especificamente, trabalha com a escuta das repetições, dos lapsos, dos sintomas e das emoções que se manifestam. É um convite para olhar para si de maneira mais profunda, acolher as dores do passado e transformá-las em potência de vida.
💬 Conclusão: gatilhos não são fraqueza — são caminhos
Ter gatilhos emocionais não significa que você é frágil ou descontrolado. Significa apenas que há algo dentro de você que ainda precisa ser cuidado. Em vez de evitá-los, podemos usá-los como guias no caminho do autoconhecimento e da saúde mental.
Se você percebe que reage com intensidade a situações cotidianas e quer entender de onde vem essa dor, a terapia pode ser uma aliada poderosa.
Paulo Rios – Psicanalista
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